Os NEXX Riders Aida Valenti e Paul Arcadia conheceram-se da mesma forma que a maioria dos entusiastas de motos, num rally. Trocaram contactos e trocavam história periodicamente.
Passou-se um ano até se encontrarem novamente, desta vez para iniciarem uma aventura que lhes mudaria a vida!
Aida Valenti
Fotógrafa/Videografa/Editora/Tradutora/Gestora de redes sociais/Mãe/Esposa/Amiga dos animais
Paul Arcaria
Mecânico/Navegador/Escritor/Gestor de redes sociais/Filho/Amigo
A Aida e o Paul são duas pessoas totalmente diferentes. Desde a sua infância ao presente! Na verdade, as suas vidas não poderiam ser mais opostas uma da outra. Bem, quase.
Eles têm dois pontos em comum, o amor pelas motos e paixão pela aventura!
“Eu trabalhava há 15 anos, a fazer a mesma coisa, um trabalho sindical, com um bom salário, mas eu estava infeliz; tudo que eu queria era sair de férias e partir na minha moto. Eu estava farto; vendi tudo o que tinha, saí de Long Island (EUA) e fui andar de moto. Querem ver até onde cheguei? ”Paul Arcaria.
Mas de onde é que apareceu a ideia do “Life Unloaded” ? O Paul explica-nos pelas suas próprias palavras:
“Eu li um livro sobre a América do Sul que documentava como lá as pessoas são geralmente mais felizes com muito menos coisas. É tudo o que fazemos; apenas acumulamos coisas e depois compramos uma casa maior para colocar mais coisas. Isso não traz felicidade. Tudo o que eu queria fazer era viajar na minha moto. Então … eu despojei-me de tudo! Por que é que precisamos de todas essas coisas? É mais importante para mim viajar e experimentar. Ver e cheirar, provar e ouvir, sentir tudo do que apenas adquirir mais coisas – porque no final tudo o que tu possuis, possui-te a ti”.
“Ei, eu não vou desistir das minhas coisas; desculpa, mas eu vou guardar as minhas coisas! Eu tenho filhos, que não quero vender, ainda que eu possa fazer um bom lucro com eles (risos), mas de qualquer forma, eu quero os meus filhos. O Paul tem toda essa ideia de desprendimento. Para mim, trata-se apenas de fazer uma pausa da minha vida em casa para viver um sonho que acalento há 14 anos. Viajar pelo mundo sobre duas rodas. É diferente para nós os dois, mas ainda é, em última análise, sobre a aventura. O espírito! Querer conhecer pessoas e conhecer as suas culturas e ver como é o resto do mundo … e em duas rodas, oh … essa é a melhor parte “.
NUNCA É TARDE DEMAIS PARA UMA VIAGEM ÉPICA
Juntos, eles deixaram Long Island viajando para o oeste através dos EUA até a Colúmbia Britânica.
Mudando de direção, passando pelo sul da Península de Baja, América Central e do Sul. Depois de exploradas as Américas, eles levantaram vôo em direcção à Europa Ocidental.
Começando em Portugal em direcção ao leste para a Turquia, até ao extremo oriente, onde planeiam terminar a sua viagem no Camboja.
Infelizmente, os seus planos originais para terminar a sua viagem em Portugal foram estragados por razões orçamentais. Portugal é um país com um lugar especial no coração de Aida, pois é de onde vem a sua família e onde passou a maior parte da sua infância.
“Só porque tens uma certa idade ou és pai ou mãe ou qualquer que seja a situação, não significa que tens que aceitar a vida que levas e morrer. Ainda não. A minha filha mais nova, que tem quinze anos agora, está numa fase em que me diz – mamã vai e diverte-te – ela é a minha maior fã. Basicamente, se tens a oportunidade de fazer algo que sonhaste por tanto tempo, avança. Não sabes o que vai acontecer amanhã. Se tiveres uma oportunidade a bater à tua porta, abre-a, e deixa-a entrar! Mesmo que não saibas onde isso te vai levar, quem podes tocar ou encontrar. Isto pode mudar a tua vida. Eu não estou morta porque sou mãe e também não vou desistir dos meus sonhos por isso.” Aida
Nunca é tarde demais para nos apropriarmos dos nossos sonhos!
Nunca é tarde para VIVER!
CAPTURANDO O MUNDO
Viajar pelo mundo é uma experiência incrível, mas também difícil e algo stressante.
“Comprar e modificar as nossas motos foi uma tarefa difícil e, para além disso, tivemos que planear as rotas, vacinarmo-nos, preparar medicação, equipamento de campismo … a lista era interminável, mas era importante antecipar todos os percalços”.
Os desafios logísticos e o desconforto de um percurso tão longo não são, no entanto, a parte mais difícil da viagem.“O maior sacrifício foi deixar o meu marido e os meus filhos. Vou viver coisas novas todos os dias, mas sem eles, e isso será um pouco agridoce”, explica a Aida.
Viver com o mínimo exige todo um ajuste, mas no fim de contas, é também uma bênção. Aida e Paul acampam a maior parte do tempo, apenas dormindo em albergues quando precisam de mais descanso, ou quando as condições atmosféricas são adversas. Eles também aceitam a boa vontade e solidariedade das pessoas que encontram ao longo do caminho.
“Em todos os lugares que vamos, há uma grande ligação com outras pessoas que andam de moto, quase como um parentesco e muitas vezes chegamos a algum lugar como estranhos e saímos como amigos”.
A ligação humana e a camaradagem são uma grande parte da viagem.
LifeUnloadedRTW é sobre a necessidade de viajar em motos, não importa qual seja a situação.
FAZER AMIGOS EM TODA A PARTE
Quanto tempo estarão fora? A resposta será cerca de dois anos.
Bem, mas estes tipos não estão a tentar quebrar nenhum recorde.
“Sabes, eu corria para ir buscar as crianças à escola, cozinhar o jantar … há sempre muita pressa, então agora estamos a ir devagar.”
